Assembleia promove palestra sobre saúde mental para servidores da Casa
Iniciativa integra ações da campanha do Setembro Amarelo.
22 Setembro 2025A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (Alero), por meio da Secretaria de Modernização da Gestão, promoveu, na manhã desta segunda-feira (22), uma palestra sobre saúde mental voltada aos servidores da Casa. A ação integra as atividades promovidas pela Alero em alusão à campanha do Setembro Amarelo, dedicada à conscientização sobre a prevenção do suicídio.
A palestra foi conduzida pelo psicólogo clínico e mestre em Psicologia, Cristiano Fernandes, que propôs uma reflexão sobre os desafios da vida moderna e seus impactos na saúde mental.
Durante sua fala, Cristiano abordou questões existenciais com sensibilidade, destacando que a vida não é homogênea. “Ela já começa com as diferenças entre os sexos, as funções que a sociedade impõe, e os diversos recortes sociais. Cada trajetória é única”, afirmou.
Ao refletir sobre a pergunta se “a vida faz sentido?”, o palestrante destacou que esse sentido é construído a partir de múltiplos fatores: as experiências vividas; as circunstâncias que escapam à nossa vontade; as marcas deixadas por situações difíceis, como violências e negligências; e até mesmo o contexto socioeconômico de cada indivíduo.
Cristiano abordou questões existenciais com sensibilidade (Foto: Luís Castilhos I Secom ALE/RO)
Recorrendo a uma metáfora, Cristiano explicou: “O sentido da vida é como uma caixa de tintas. São as cores que usamos para pintar a vida. Algumas pessoas têm mais cores disponíveis, outras menos. O papel da terapia é justamente ajudar a ampliar essa paleta. A terapia é um espaço de organização interna, onde a pessoa pode narrar sua própria história e redescobrir o seu caminho.”
Ele enfatizou ainda que a dor emocional, apesar de ser abstrata, é real e precisa ser validada: “Muitas pessoas cresceram em contextos adversos, marcados por violências e negligências. Essas feridas seguem com elas - inclusive no ambiente de trabalho - onde, por vezes, são ignoradas ou invalidadas com frases como ‘para de reclamar que melhora’ ou ‘isso é frescura’.”
O psicólogo reforçou a importância da escuta empática: “Quando alguém compartilha a própria dor, ouça com atenção e honestidade. Isso também é uma forma de ajudar. Ser vulnerável exige coragem.”
Ao final do encontro, os participantes puderam tirar dúvidas e compartilhar experiências com o palestrante. A analista legislativa Isabelle Marques, de 36 anos, comentou: “Gostei muito da palestra. Ela trouxe uma nova visão sobre saúde mental e reforçou a importância do acolhimento. Cada ser é único e possui uma trajetória que precisa ser respeitada.”
A assessora Emanuelle Souza, de 33 anos, também destacou: “A palestra foi muito tocante. Em vários momentos, me vi refletindo sobre situações que já vivi e como reagi a elas. Percebi que nem sempre fui acolhida e, às vezes, também não acolhi.”
Participantes disseram que palestra gerou reflexões (Foto: Luís Castilhos I Secom ALE/RO)
Texto: Eliete Marques I Jornalista Secom ALE/RO
Fotos: Luís Castilhos I Secom ALE/RO