Outubro Rosa reforça prevenção e atuação da Alero na saúde pública

O Outubro Rosa é um movimento internacional dedicado à conscientização sobre a prevenção e o controle do câncer de mama. Mais do que uma campanha, o movimento simboliza o cuidado, a informação e a solidariedade. Ele busca sensibilizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, ampliar o acesso aos serviços de saúde e reduzir os índices de mortalidade entre mulheres.

No Brasil, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, seguido pelo câncer do colo do útero. Ambos contam com diagnóstico e tratamento gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas ainda há desafios, especialmente no acesso rápido aos exames e ao acompanhamento médico, como mostram as histórias de duas mulheres de Rondônia, que enfrentaram e venceram a doença.

A luta de Francisca: força e superação

Francisca Fernandes Jardim, de 46 anos, moradora de Porto Velho, viveu uma verdadeira batalha até conseguir o diagnóstico correto. “O motivo de eu procurar um médico foi um caroço pequeno que apareceu na mama esquerda, mas já doía. Tomei várias bezetacil porque, segundo os médicos, câncer não dói. Como eu não tinha idade para fazer mamografia, o diagnóstico demorou. Só consegui fazer o exame três anos depois”, conta.

Francisca ainda trava uma batalha contra o câncer, mas crer na cura (Foto: Arquivo pessoal)

Sem condições financeiras para realizar os exames particulares, Francisca recebeu o apoio de profissionais do posto de saúde de sua comunidade na cidade de Monte Negro. “A equipe fez uma vaquinha para pagar a ultrassonografia, e o médico achou melhor me encaminhar ao Hospital do Amor da Amazônia em Porto Velho. Saí de madrugada no primeiro carro e, no mesmo dia, fiz mamografia, ultrassom e biópsia. Fui muito bem acolhida. ”

O resultado, porém, mudou sua vida. “Quando a médica me chamou, percebi no rosto dela que as notícias não eram boas. Ela disse: ‘infelizmente...’. Naquele momento, senti como se minha alma tivesse saído do corpo. O diagnóstico: câncer maligno grau 3, invasivo. ”

Francisca recebeu o apoio de profissionais do posto de saúde de sua comunidade na cidade de Monte Negro (Foto: Arquivo pessoal)

A partir dali, Francisca iniciou o tratamento com quimioterapia e radioterapia. “Perder o cabelo foi muito difícil. Pedi para minha irmã raspar minha cabeça. Dias depois, ela raspou também, junto com meus irmãos e até meus filhos gêmeos, foi um gesto de amor que nunca vou esquecer. ”

Foram oito meses intensos de tratamento. “Na primeira quimioterapia, quase fui para a UTI. Minha imunidade despencou, mas depois, com muita oração, ela triplicou e pude continuar. Foram 45 sessões de radioterapia. Quando cheguei à 40ª, quis desistir, mas minha médica me convenceu a continuar. Toquei o sino da vitória duas vezes na quimio e na rádio. ”

Hoje, Francisca ainda luta contra a doença. “ Fiz um exame genético e descobri uma mutação hereditária, o que exigiu novas cirurgias preventivas. Desde 2020, venho batalhando, e sigo firme. Assim como acredito que irei vencer, muitas mulheres também podem vencer. A fé é o que me mantém de pé. ”

Eliane: a descoberta, o medo e a fé que renasceu

Eliane Pereira Costa, de 59 anos, foi diagnosticada com câncer de mama no dia 14 de maio de 2003. Ela própria descobriu a doença ao realizar o autoexame. “Estava em casa quando senti um caroço diferente. Fui ao médico, e ele pediu exames. Quando confirmou o diagnóstico, fiquei em estado de choque. Meu marido precisou ser chamado porque eu não conseguia nem levantar da cadeira.”

Eliane durante momento em família (Foto: Arquivo pessoal)

Na época, Eliane tinha dois filhos pequenos. “Achei que iria morrer. Escrevi bilhetes para meus filhos, porque achei que não os veria crescer. Foi o momento mais difícil da minha vida. ”

O tratamento foi longo e exigiu força e fé. “Fiz uma cirurgia para retirar um quadrante do seio, perdi o cabelo e alguns dentes por causa dos medicamentos. Era doloroso olhar no espelho, mas eu dizia a mim mesma: isso é só uma fase, e vai passar”.

Durante a quimioterapia, Eliane encontrou apoio na fé (Foto: Arquivo pessoal)

Durante a quimioterapia, Eliane encontrou apoio na fé. “Passei a ver a vida com outros olhos. A doença me aproximou ainda mais de Deus. Comecei a valorizar pequenas coisas: o sorriso dos meus filhos, o pôr do sol, o simples fato de acordar todos os dias. ”

Hoje, mais de 20 anos depois, ela se emociona ao relembrar o caminho percorrido. “Deus foi muito bom comigo. Depois de vencer o câncer, realizei um sonho: ter uma filha mulher. Meu filho de 10 anos na época me dizia que eu teria uma menina, e ele estava certo. Hoje, ela tem 20 anos. É o maior símbolo da minha vitória sobre a doença”.

Hoje, mais de 20 anos depois, Eliane se emociona ao relembrar o caminho percorrido (Foto: Arquivo pessoal)

Alero reforça investimentos e valorização da saúde

Enquanto milhares de mulheres lutam diariamente contra o câncer de mama, a Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) tem reforçado os investimentos na saúde pública do estado. Só neste ano, o Parlamento aprovou importantes projetos de lei que ampliam recursos e fortalecem o atendimento à população.

Entre os destaques estão:

Mais de R$ 71 milhões oriundos do Detran destinados à Saúde;

R$ 10 milhões aprovados para reforçar os serviços da Fhemeron;

Mais de R$ 130 milhões liberados para fortalecer o sistema estadual de saúde.

Além dos recursos financeiros, a Comissão de Saúde da Alero tem atuado de forma constante em debates sobre valorização dos servidores. O grupo discute o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), a tabela salarial da categoria, e a modernização das carreiras da saúde, temas que impactam diretamente na qualidade dos serviços oferecidos à população.

Emendas parlamentares que transformam vidas

Todos os anos, os deputados estaduais destinam milhões de reais em emendas parlamentares, instrumento essencial para garantir investimentos nas áreas mais urgentes do estado. A saúde está entre as que mais recebem recursos, seja para modernizar hospitais, ampliar a oferta de exames ou apoiar programas de prevenção como o Outubro Rosa.

A saúde está entre as que mais recebem recursos parlamentares (Foto: Arquivo I Secom ALE/RO)

A emenda parlamentar é uma forma de incluir novas programações no orçamento público, permitindo que cada deputado destine verbas para atender demandas das comunidades que representa ou áreas que considera prioritárias.

Um chamado à prevenção

As histórias de Francisca e Eliane mostram que o diagnóstico precoce salva-vidas e que a fé, a informação e o apoio social são fundamentais nessa caminhada. O Outubro Rosa é, acima de tudo, um lembrete: a prevenção é o melhor caminho.

Em Rondônia, a união entre o poder público e a sociedade tem feito a diferença. Com investimentos, diálogo e conscientização, o Estado segue firme na luta contra o câncer de mama, reforçando que cada toque, cada exame e cada gesto de cuidado podem mudar uma vida.

Texto: Marcela Bomfim | Jornalista Secom ALE/RO
Fotos: Arquivo Secom ALE/RO e Arquivo Pessoal de Francisca e Eliane